sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Caminho da Fé de bike

De Águas da Prata - SP a Aparecida em 5 dias de pedal com  o grupo Pedala Xaxim



Dia 1 de Águas da Prata a Inconfidentes

🔻  Iniciamos a jornada com uma oração com o grupo do @pedalaxaxim e depois uma parada na praça que marca oficialmente o início do Caminho da Fé.

🔻 Partimos sentido para o primeiro Morro, o Pico do Gavião. Neste dia, estavam previstos 90km de estrada de chão e eu estava muito apreensiva, pois não sabia o que estava por vir. Vieram subidas, paisagens, porteiras, cachoeiras, e descidas muito fortes, daquelas que precisou de muita técnica (que aprendi ou tirei da cartola do coelho para descer 😳😱 🧙🏻♀️).

🔻 Saímos de ÁGUAS DA PRATA (SP), e tinha chovido muito no dia anterior, então a terra estava molhada, o que por um lado tinha barro e por outro lado, tinha o frescor na temperatura. A lama grudava no pneu (atrito) de um jeito que eu pensei que minha bike estava com problema.

🔻 Chamada de Rainha das Águas, a cidade tem fontes naturais de água e teve a sua origem a partir da estação ferroviária, em 1886.

🔻 A próxima parada foi ANDRADAS em MG, mais conhecida como a terra do vinho e onde fica o Pico do Gavião, com mais de 1663 metros de altura.

A Serra da Mantiqueira é uma região montanhosa marcada de paisagens incríveis, águas medicinais, além de grande exportadora da agricultura brasileira, principalmente o café.

🔻 A Serra dos Lima foi forte, até colocaram asfalto para vencer a inclinação.... o calor já estava intenso e ainda bem que tinha uma capela no meio para aliviar a tensão..

🔻 Depois de algumas “serrinhas”, chegamos a Barra e depois a Crisólia, emancipada em 1995. O nome vem do Grego, “Pedra de Ouro”.

🔻 Parada para o almoço em OURO FINO (MG) (aquele da Estátua do Menino da Porteira - obra de Júlio Bueno Brandão), cidade referência do Circuito das Malhas e situada em região montanhosa cortada por vales, com altitudes variando entre 997 e 1591 metros.

🔻 Por fim chegamos em INCONFIDENTES (MG), e paramos no famoso Bar do Maurão para experimentar o pastel de milho e a cerveja peregrino que segundo ele são imperdíveis. Encontramos nossos amigos Miguel e Rogério do @pedalaxaxim e fizemos amigos de caminhada.

🔻 Depois de 2 horas retomamos os 6km finais até a pousada.





Dia 2 de Inconfidentes a Estiva

🔻 O dia começou com muita lama pois choveu torrencialmente a noite e ela nos acompanhou nos primeiros kms. Neste dia o ritmo era controlado uma vez que faríamos uma homenagem a um participante do Pedala Xaxim que faleceu em 2020, o local marcado era a Porteira do Céu.

🔻 Mas antes passamos por BORDA DA MATA, onde encontra-se a basílica de Nossa Senhora do Carmo, ela também faz parte do circuito turístico do Sul de Minas. Lembro de chegar na cidade com lama "chapiscada" meu rosto, Mountain bike raiz mesmo, rsrs.

🔻 Agora sem chuva seguimos e logo enfrentamos a subida até a casa oferecida pela família Xavier, uma parada abençoada para hidratação antes do ataque final até a porteira do céu.

🔻  A subida é forte e com muita paciência e força chegamos a porteira do céu, local lindo onde avista-se longe. Um ponto de ônibus é um alento aos peregrinos que fazem o percurso. Lá fizemos nossa parada a espera dos demais integrantes para fazer a homenagem. Cada um que superou seus limites e chegava demonstrava sua satisfação em alcançar o topo e juntar-se ao grupo. Fizemos uma oração e jogamos parte das cinzas do Tatá. 

🔻 Como já era hora do almoço chegamos a cidade de TOCOS DE MOGI (MG), que em tupi significa “água de cobra” e é marcada por montanhas que chegam a 1600m de altitude, cachoeiras e maciços de pedra gigantes, e, claro, paisagens fantásticas. Economicamente tem o 5. Melhor desempenho no estado no índice de Responsabilidade Fiscal, Social e Gestão e a fonte de renda é agropecuária, com destaque para o morango.

🔻 Na saída da cidade, encontrei um senhor na frente do mercado que me falou algumas palavras de apoio. Subidas íngremes nos esperavam, aparentemente “sem fim”…

🔻 Na localidade Fazenda Velha, paramos para carimbar nossas credenciais e como bom mineiro nos animou dizendo que até Estiva “era só subir uma e descer duas”, ledo engano, tínhamos o vale onde há a localidade de Pântano do Teodoro, descemos uma montanha e subimos pelo lado oposto do vale. Subidas insanas que levaram nossas energias. Neste ponto a chuva nos acompanhou por um tempo mas também trouxe um alento ao esforço que fizemos na subida. O Everson sofreu com a bike dele pois não conseguia colocar a coroa menor. Depois de muito sofrer chegamos a ESTIVA/MG com um sentimento enorme de vitória. Estiva teve sua origem como passagem pelos bandeirantes que buscavam metais preciosos e necessitavam ir à SP, fica as margens da rodovia Fernão Dias e é conhecida por ser uma das maiores cidades produtoras de morangos do país. Após lavar as bikes que estavam impraticáveis, o Everson foi buscar ajuda para consertar a bike dele, encontramos a SNS Bikes @snsbike e o Tiãozinho (dono) nos atendeu mesmo depois do horário de foi uma verdadeira salvação, pensa uma pessoa a fim de ajudar.



Dia 3 de Estiva a Luminosa

🔻  Terceiro dia, inicia com o corpo sentindo o cansaço acumulado dos dois primeiros pedais, após um café reforçado na Pousada Poka, saímos para enfrentar as 3 serras previstas do dia.

🔻 Logo no inicio, cruzamos a rodovia Fernão Dias que liga Belo Horizonte a Pouso Alegre, responsável por escoar 60% da produção nacional de ferro-gusa e aproximadamente 3 milhões de toneladas da produção agrícola mineira. Depois de passar pela localidade de Boa Vista, a primeira serra do dia foi a serra do Caçador, com 3 ascensões fortes com alguns descansos. Paramos no Bar do Moita para uma coca gelada e recuperar as energias e seguir, na sequência encontramos um asfalto liso e novinho, mas já aprendemos que em Minas quando isso acontece lá no meio do "nada", subida íngreme surgirá e foi exatamente o que aconteceu, mas como tudo que sobe uma hora desce, tivemos a compensação na descida e mais tarde chegamos a pequena cidade de CONSOLAÇAO, muito acolhedora com uma população de pouco mais de 1700 habitantes e cujo clima é considerado o 3º melhor da América do Sul. 

🔻  Assim que saímos da cidade pegamos uma estrada de asfalto a MG-295, até sair e seguir pelo caminho da fé por estradas vicinais que nos levariam a segunda serra do dia. Após cruzar a porteira e ponte sobre o rio Capivari (divisa entre Consolação e Paraisópolis) seguimos a elevação que nos leva ao alto e ver Paraisópolis lá de cima, mais uma serra vencida descemos até Paraisópolis já na hora do almoço onde o pessoal de suporte e os amigos que seguiram com o nosso ônibus desde Estiva, almoçamos num restaurante de comida típica mineira, lembro que minha vontade era repetir o prato mais vezes, contudo a prudência e o percurso advir me seguraram. Após descansar na praça e aguardar a devida digestão, seguimos para a terceira e ultima serra que nos levaria a cidade de Luminosa.

 🔻 Nesta ultima subida o cansaço era grande, mas tivemos uma companhia agradabilíssima que amenizou muito nosso caminho, durante todo o trecho de subida o caminho é margeado por um rio que desce da montanha e promove diversas cachoeira no meio da mata, apesar de não poder ver as cacheiras, o som fez uma melodia fantástica durante todo o nosso percurso. Somente quando nos aproximamos da localidade de Cantagalo que o rio e as cachoeiras apareceram e nos fez parar algumas vezes para observar o bale das aguas descendo pelas pedras. No vilarejo aproveitamos uma dica do nosso colega Seu Rubens e tomamos uma agua mineral com gás acompanhada de um limão espremido. Com a sede que estávamos, isso ajudou muito. Seguimos para vencer a ultima elevação desta serra, quando encontramos nossos amigos parados no Bar do Josemar, foi impossível não parar pois havia um chope geladíssimo acompanhado de torresmo e quiabo frito. Descemos e finalmente chegamos a cidade de Luminosa, como era Domingo encontramos a praça muito agitada com as pessoas nos bares, vestimentas, cavalos ornamentados e tudo mais de bom que uma cidade charmosa podia proporcionar em dia de “agito”. De lá fomos para nossa pousada e o merecido descanso.



Dia 4 de Luminosa a Campos do Jordão

🔻  Tudo arrumado, partimos pouco antes das 8h para enfrentar a temida serra da Luminosa, uma elevação de quase 800 metros em 7km de subida. Realmente a fama faz sentido, uma primeira elevação grande nos leva a pousada da dona Inês para uma parada para tomar um folego e fomos conhecer as inclinações infinitas dessa serra majestosa. Algumas paradas para contemplação, fotos e até uma outra homenagem ao colega TATA do pedala xaxim. Chegamos a divisa de Minas com São Paulo e logo em seguida saímos no asfalto que nos leva até a localidade de Campistas, já na região metropolitana de Campos do Jordão, ali tínhamos a opção de seguir pelo asfalto ou seguir por estrada de chão, decidimos a segunda opção e subimos muito, o clima começou a fechar e pensei que teríamos que enfrentar uma tempestade no meio do trecho, mas como por obra divina a chuva nos poupou, víamos que no morro ao lado a chuva passando, incrível, coisas que o caminho da fé nos revelou. No alto e aproximando-se de Campos do Jordão vimos a paisagem mudar e as mansões aparecerem e aos poucos fomos envoltos na cidade. Acompanhando as placas chegamos a pousada Bike Ville em Campos do Jordão. Aproveitamos que chegamos cedo e fomos conhecer a cidade, almoçamos no calçadão, tradicional ponto turístico no bairro do Capivari, na volta como estávamos com dificuldade de conseguir um Uber para nos atender andamos alguns quarteirões até para em frente ao Cacau de Campos Chocolates, local maravilhoso para tomar um café e curtir um pouco dos excelentes chocolates, lá fomos ajudados pelo dono a conseguir um taxi e assim chegar a pousada novamente.



Dia 5 de Campos do Jordão a Aparecida

🔻  O dia amanheceu com um clima fechado, nevoeiro e aquele friozinho de cidade de montanha, como tínhamos um dia muito importante, dia de finalizar nosso caminho da fé e chegar ao Santuário de Nossa Senhora de Aparecida. Cuidamos muito bem em preparar tudo sem pressa, enquanto o grupo no qual estávamos, escolheu ir por Pedrinhas, nós desde o inicio decidimos que desceríamos a serra pelo asfalto até Pindamonhangaba, hoje era dia de curtição, então fomos os últimos a sair da pousada, muitas fotos no portal da Cidade, começamos a descer pelo asfalto até a vista chinesa, um mirante maravilhoso que ficará na nossa memória pra sempre. 

🔻  Seguimos descendo e para nossa surpresa, vimos um grupo parado ao lado oposto da rodovia, reconhecemos nosso amigo Luciano Zanlorenzi, decidimos parar para convida-lo a nos acompanhar, nisso fomos surpreendidos pelo grupo inteiro do pedala xaxim que em algum ponto da saída tomaram o sentido oposto ao planejado e acabaram chegando a rodovia. Costumo acreditar que coincidências como estas servem para evitar algo de mal que poderia acontecer. Felizes por encontrar todo o grupo reiniciamos a descida da serra, uma descida muito prazeirosa que fizemos com todo cuidado, o ponto de mais atenção foi a passagem pelo túnel mas como o movimento era pequeno passamos fazendo muitos barulhos de alegria. A descida é longa até chegar a entrada da rodovia que leva a “Pinda, em todo o percurso podemos ver muito ciclistas fazendo treinos e constatamos como o esporte é muito bem praticado na região. 

🔻  Agora num “planão” foi a vez que colocar em pratica as técnicas de speed e pelotão, mantendo uma média boa passamos por Pindamonhangaba, Roseira até chegar a Aparecida, conforme íamos nos aproximando do santuário uma alegria e uma força nos movia, sabíamos que nossa jornada estava acabando e a emoção chegando ao nosso olhos em forma de lagrimas. 

🔻 Chegamos as 11h ao santuário, uma emoção diferente das outras vezes que visitei o santuário, desta vez foram 5 dias com o foco neste objetivo, lutando contra as adversidades do percurso, clima, cansaço, mas vencemos e o caminho nos transformou, conversamos nos divertimos, experimentamos sentimentos controversos, crescemos como pessoas, somos mais fortes de corpo, mente e alma. A gratidão fica por todos os momentos que vivemos e todos que nos ajudaram para realizar esta viagem maravilhosa. Que venham os próximos desafios e experiências.



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